Mulheres no futebol

Incentivando a igualdade no esporte, a Copa do Mundo Feminina é uma oportunidade única de mostrar o poder, a habilidade e a paixão que as mulheres trazem ao futebol e de promover o talento excepcional das atletas femininas de todo o mundo. É um momento de unir comunidades, compartilhar a alegria do esporte e demonstrar nosso apoio inabalável às jogadoras que se dedicam incansavelmente a alcançar a excelência em suas habilidades futebolísticas.

A história das mulheres no futebol é marcada por muita luta e resistência, desafiando um universo de hegemonia masculina. Apesar da participação das mulheres no futebol possuir registros desde a Grã-Bretanha do século XIX, foi só no século XX que as mulheres brasileiras começaram a aparecer no cenário futebolístico do país. Essa participação enfrentou um forte preconceito que culminou na proibição do futebol feminino pela Federação Brasileira de Futebol (CBF) em 1941. Em 1964, com a ditatura militar, o cenário se intensificou ainda mais, com leis proibindo mulheres de realizar qualquer prática esportiva “incompatíveis com as condições de sua natureza”.

A legalização do futebol feminino deu-se apenas em 1979, com a regulamentação acontecendo apenas em 1983, permitindo que os times se profissionalizassem. Em 1988 aconteceu o primeiro torneio internacional de futebol feminino, o Invitation Tournament, na China. O evento foi organizado pela FIFA à caráter experimental, com poucos incentivos e uniformes usados de jogadores da modalidade masculina. Foram 12 seleções participantes, em que o Brasil conquistou o terceiro lugar.

Foi apenas em 1991, quando a seleção masculina brasileira já havia conquistado seu tricampeonato, que aconteceu a 1ª Copa do Mundo Feminina, na China. Houve a participação de 12 países, sendo os Estados Unidos os grandes campeões, e a seleção brasileira parando na fase de grupos. O evento foi considerado um sucesso, e acabou sendo fator determinante para a inclusão do futebol feminino nos Jogos Olímpicos, a partir de Atlanta 1996.

Embora a seleção brasileira não tenha conquistado o título, sua participação foi um marco significativo para o futebol feminino no país. O Brasil chegou à final das edições de 2007 e 2011, mas acabou sendo vice-campeão em ambas as ocasiões. Essas participações foram fundamentais para elevar o status do futebol feminino no Brasil e atrair mais atenção e apoio para as jogadoras, proporcionando algum investimento nas equipes femininas e na criação de infraestruturas e programas de desenvolvimento.

No entanto, a desigualdade financeira e de oportunidades para as jogadoras em relação a modalidade masculina são questões que precisam ser abordadas. As jogadoras enfrentam desafios como a disparidade salarial, falta de investimento e infraestrutura adequados, e o tratamento desigual nos meios de comunicação esportivos. Muitas mulheres precisam desistir por falta de investimento, sendo poucas as que conseguem chegar ao topo, como Marta, Cristiane e Formiga, grandes nomes de nossa seleção.

Reconhecendo o talento, dedicação e resiliência das jogadoras brasileiras, reconhecemos também o poder transformador do esporte para as mulheres, que permite que desafiem normas sociais, reescrevam suas próprias histórias e inspirem mudanças significativas em nossa sociedade em prol da igualdade de gênero, deixando um legado de empoderamento para as futuras gerações.




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